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Como inspirar meninas a seguirem carreiras em tecnologia

O mundo em que vivemos hoje continua a depender cada vez mais de competências digitais e as ofertas de trabalho em tecnologia tem muita procura. Mas estamos realmente a preparar as meninas para o futuro?

Enquanto as mulheres representam mais da metade da força de trabalho, elas ocupam na verdade menos de 25% dos empregos em áreas STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). As carreiras STEAM são alcançáveis, independentemente do género, mas é preciso construir um futuro mais igualitário, estável e recompensador.

Em 1990, 29% de todos os diplomas universitários de licenciatura em informática e ciência da informação foram para mulheres, mas de acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA este número, nos nossos dias, caiu para 18%. Além disso, só 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres e mesmo com o número crescente de mulheres que entram na universidade, muitas acabam por abandonar a carreira de investigadoras por questões sociais. Por isso, é preocupante saber que haverá 1,4 milhão de novos empregos em tecnologia em 2020 e que, segundo os pesquisadores, apenas 3% serão preenchidos por mulheres. Porque é que estamos a aceitar estes números? Os especialistas dizem que esse cenário deve mudar nos próximos anos, mas é necessário a nossa ajuda para incentivar as meninas a investirem cada vez mais nessas carreiras, e ganharem confiança para transformar o nosso mundo.

Mulheres e a tecnologia

Desde a Primeira Revolução Industrial, quando descobriram que era mais rentável contratar mulheres e crianças para trabalhar em fábricas de têxteis porque as suas mãos eram menores e se encaixam mais facilmente na maquinaria, as mulheres trabalham mais, por mais horas e são pagas menos. Até à Revolução Industrial, o emprego, ou mesmo o conceito de trabalho, não existia e quando as populações começaram a migrar para as cidades, no século XIX, para assumir os empregos das fábricas, tornou-se imperativo que as mulheres ajudassem a sustentar as suas famílias financeiramente e a encontrar emprego fora do lar.  Ao mesmo tempo, os chefes das fábricas perceberam a vantagem do custo de contratação de mulheres e crianças. Esta mudança libertou os rapazes da classe trabalhadora para frequentarem escolas públicas, continuarem no ensino secundário, entrarem no emprego profissional e acumularem riqueza – tudo o que era acessível apenas para a nobreza ou a aristocracia.

À medida que o trabalho evoluiu até a revolução digital, um padrão permaneceu constante: novos tipos de trabalho – especialmente criativos, inovadores, científicos ou qualquer campo visto como emergente ou multifacetado – são segmentados como masculinos. Quando esses papéis se tornam padronizados e mais uniformes, como o trabalho em fábrica, ensino, secretariado, administrativo e enfermagem, voltam-se para mulheres.

Apesar de alguns progressos em áreas limitadas, as mulheres permaneceram firmemente enraizadas nessas carreiras. Mesmo no sector de tecnologia, as mulheres são mais frequentemente encontradas em posições de marketing, gestão de projectos ou recursos humanos, e com salários mais baixos. Por definição, elas não são protagonistas de funções de decisões nas empresas e têm números muito baixos na liderança de empresas. Por exemplo, no Brasil apenas 5% das mulheres ocupam cargos de liderança.

Não há dúvida de que as mulheres mudaram a paisagem da força de trabalho nos últimos dois séculos, e cada vez mais mulheres estão a trabalhar em áreas anteriormente consideradas apenas para homens – empregos como médicas, cientistas, arquitectas, militares, CEOs e, até presidentes. Mas, para uma maioria, o caminho normal ainda é um trabalho mais difícil e parece ser um padrão exigido haver a necessidade de serem mais espertas (e mais altamente educadas) do que os homens.

Temos a impressão de que as mulheres continuam a ser enquadradas através da lente limitada de uma mulher tradicional e convencional. Na infância, enquanto os rapazes são encorajados a interagir com brinquedos tecnológicos desde muito novos, as meninas ainda são direccionadas para as bonecas. Desde pequeninas, as meninas recebem mensagens subtis sobre o que deveriam gostar e quem deveriam ser, o que pode ser constatado até nos corredores de uma loja de brinquedos. Os brinquedos que desenvolvem competências científicas – como robots, conjuntos de construção e veículos automatizados – são feitos em “cores masculinas”, maioritariamente, e são normalmente encontrados nos corredores de lojas, obviamente, destinados a rapazes.  De acordo com o livro Unlocking the Clubhouse: Women in Computing (“Entrando no clube: mulheres na computação”, em tradução literal), da investigadora Jane Margolis, metade das famílias americanas colocava o computador da casa no quarto do filho. Por isso, é necessário que toda a sociedade se reestruture para incentivar o equilíbrio de género nas carreiras em tecnologia.

Como encorajar a sua filha adolescente

Quer gostemos de admitir ou não, a maioria de nós activamente (ainda que inconscientemente) incentiva as meninas a permanecerem dentro dos limites do nosso próprio conforto e expectativas. Mesmo os pais bem-intencionados podem cair na armadilha de passarem mensagens subtis que influenciam as escolhas que as suas filhas fazem. Quantas vezes as jovens são encorajadas a brincar na lama ou a construir uma casa na floresta? Quase nunca. Em vez disso, é mais provável que os pais sejam ouvidos a dizer à sua filha para “se comportar como uma menina” e a encorajá-las a manterem as roupas limpas.

Uma forma de aumentar o interesse da sua filha pela ciência é encorajá-la activamente desde muito nova. Tenha noção de quaisquer mensagens inconscientes que possam estar a transmitir sobre estereótipos de género (já todos fizemos isso) e, ao entrarem na adolescência, continuem a encorajar o seu envolvimento na ciência. Isso pode incluir educá-la sobre todo o leque de opções de carreiras STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) disponíveis e oferecer orientação sobre que notas e cursos ela precisa para as alcançar.

Como os pais podem incentivar as meninas a seguir STEAM

Enquanto algumas meninas se interessam pelas áreas em STEAM por conta própria, outras desenvolvem esse interesse depois de um pouco de incentivo dos pais e modelos alternativos de ensino. Por isso, reunimos algumas dicas para deixar a sua filha interessada nas áreas STEAM:

  • Inscreva-a numa aula prática, de férias ou um programa STEAM. Existem diversos cursos que podem incentivar a tecnologia para crianças e adolescentes, que tem a opção de aprender tecnologia de uma forma imersiva e divertida, livre de distracções e focada na aprendizagem de novas competências.
  • Apresente-a a jovens profissionais em carreiras STEAM. Entre em contacto com engenheiras locais, médicas, cientistas da computação, professoras, farmacêuticas e outras.
  • Partilhe livros, programas de TV, podcasts e outros meios de entretenimento que promovam o poder feminino nas áreas de STEAM.
#FicaADica A coleção Girls In Space é um óptimo presente para as meninas. Idealizada pela investigadora brasileira Alessandra Pacini, as histórias da colecção Girls In Space nasceram com o objetivo de incentivar mais meninas a tornarem-se cientistas. Os livros contam as aventuras de um grupo de meninas, Rafa, Ceci, Isabelle, Lelis e Lola, e dos irmãos Gabriel e Aurora, no mundo da ciência, abordando temas como o método científico, tópicos de Astronomia, o Sol e o clima no espaço, raios cósmicos e outros assuntos relacionados com o espaço e o Planeta Terra.

Mas talvez a melhor inspiração para as jovens venha de Luz Rivas, engenheira e política americana. Ela aconselha: “Experimente muitas coisas, explore e seja aventureira. Isso vai ajudá-la a assumir riscos mais tarde na vida.”

Sobre a Happy Code

A Happy Code é uma escola de programação, tendo como missão formar pensadores e criadores do século XXI. Com uma metodologia de ensino baseada no conceito STEAM (“Science, Technology, Engineering, Arts and Math”), os cursos lecionados incidem sobre a programação de computadores, desenvolvimento de jogos e aplicações, robótica com drones, bem como produção e edição de vídeos para o YouTube.

Tendo como premissa de atuação os valores da responsabilidade, da confiança, da inovação e da consciência social, a Happy Code leciona os seus cursos em centros próprios ou em escolas, empresas, municípios, projetos sociais, centros de estudo, ATLs, entre outros, estando já presente em várias zonas de Portugal.