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Conheça os tipos de inteligências múltiplas e como trabalhar com os alunos

Entre os vários motivos responsáveis pelo abandono escolar e pelas dificuldades de ministrar o ensino em sala de aula, a falta de sensibilidade em identificar as inteligências múltiplas presentes em cada criança ou adolescente é o mais latente.

Em 1983, o conceito das inteligências múltiplas foi criado pelo psicólogo Howard Gardner, cujo propósito era validar as suas hipóteses a respeito da variedade de competências presentes entre as pessoas. Nas escolas, isso ajuda a alterar o paradigma de que um aluno é menos inteligente do que outro e a reforçar a ideia de que cada um tem uma aptidão especial.

Neste artigo, vai compreender a importância de cada inteligência e verificar como as metodologias ativas e inovadoras podem facilitar esse processo.

Corporal

Também conhecida por inteligência cinestésica, é a capacidade que as pessoas têm de controlar e conhecer o próprio corpo, dispondo de uma coordenação motora invejável. A agilidade física, o equilíbrio e a simplicidade em demonstrar os sentimentos de forma não verbal são parte fundamental desta inteligência — é uma caraterística presente em profissões que envolvem dança, desporto, interpretação, etc.

Na escola, os educadores podem desenvolver esta inteligência através de torneios desportivos, grupos de teatro, concursos de dança ou apresentações circenses. Em relação às tendências tecnológicas, pode aplicar-se à atividade profissional de um youtuber, por exemplo, em que é possível aprender a cativar o público pela forma como a pessoa se expressa fisicamente.

Espacial

Conhece aquelas pessoas que se conseguem desenrascar sozinhas num local desconhecido ou que conseguem decifrar o significado por trás de imagens aleatórias? Pois bem, esse tipo de pessoa tem um boa aptidão visual ou espacial,

cuja criatividade é extremamente desenvolvida e permite criar projetos que podem facilitar a vida das restantes pessoas.

É uma caraterística presente nos arquitetos, cartoonistas, fotógrafos, designers, escultores, inventores e restantes profissionais que concebem formas mentalmente muito antes de começarem os seus rascunhos. No âmbito escolar, é possível trabalhar esta inteligência através de feiras artísticas com prototipagem de projetos robóticos e até mesmo desenvolver animações em 3D.

Interpessoal

Entre as inteligências múltiplas, a interpessoal é a capacidade de ter empatia pelas pessoas, ou seja, tentar colocar-se no lugar do outro e reconhecer microexpressões genuínas de emoção. Estas pessoas tendem a trabalhar nas áreas de psicologia, direito, vendas e marketing, porque sabem ler nas entrelinhas o que os outros pensam e como se sentem no dia-a-dia.

Por terem aptidão para lidar com grandes grupos e facilidade em liderar, a educação empreendedora assenta como uma luva para desenvolver este tipo de inteligência, direcionado para as profissões futuras.

Os jovens podem melhorar o lado interpessoal ao participarem em associações de estudantes, ao fazerem desafios entre equipas, ao desenvolverem jogos ou aplicações que visam resolver os problemas das pessoas, entre outros aspetos relevantes.

Intrapessoal

Qualquer profissional que se preze conta com a inteligência intrapessoal em abundância, porque sabe autoanalisar-se e procurar os melhores caminhos para progredir, de facto. As crianças e os adolescentes que têm a competência de saberem os seus limites costumam apresentar comportamentos melhores na sala

de aula, além de um nível elevado de autocontrolo para dominar emoções que poderão ser prejudiciais.

Desenvolver uma inteligência múltipla deste tipo faz com que o jovem domine as restantes competências com facilidade, porque a objetividade torna-se numa filosofia de vida, praticamente.

Sabendo que alunos assim têm plena consciência da sua importância na sociedade e como podem interagir com os outros, aulas que juntem programação e robótica, por exemplo, ajudariam a desenvolver a aptidão intrapessoal.

Lógica

Em processos seletivos, principalmente para entrar em empresas bancárias e/ou multinacionais, a lógica é muito utilizada e costuma ser a base dos testes de QI em todo o mundo. No entanto, estes testes avaliam apenas uma inteligência, na qual o domínio da capacidade de trabalhar com números, lidar facilmente com atividades lógicas e usar a razão para resolver tarefas complexas se destacam.

Os professores podem muito bem colocar os alunos em desafios lógicos, criar olimpíadas individuais de conhecimento, incentivar a competitividade e o trabalho em equipa com torneios de matemática e física, etc. Na parte tecnológica, é possível aplicar aulas para inserir a aprendizagem de fórmulas no Excel ou propor atividades que lidem com conceitos computacionais e com o desenvolvimento de aplicações.

Musical

Embora a produção de sons com o uso da voz ou de instrumentos musicais possa ser treinada e melhorada com o tempo, os nativos desta inteligência sabem tocar especificamente no fundo da alma dos seus espetadores. Esta é a competência que os músicos, compositores e produtores musicais têm e fazem questão de exercitar todos os dias para refinar os sentidos auditivos.

Para que a escola esteja alinhada com o desenvolvimento desta inteligência nos alunos, vale a pena disponibilizar instrumentos para formar uma banda, criar concursos de canto, instituir um coro entre os alunos, etc. As aptidões musicais podem ser úteis na vida de youtuber também, para escolher as melhores músicas e alinhar os conteúdos de acordo com a sensação provocada pelos sons.

Verbal

Desde a primeira infância, o ser humano é orientado para comunicar de acordo com a sua cultura e contexto social no qual está inserido. Por isso, a inteligência verbal age muitas vezes como questão de sobrevivência para lidar com situações difíceis e convencer as restantes pessoas a respeito de alguma coisa.

É a competência ideal dos vendedores, escritores e jornalistas, por exemplo, porque dispõem de uma grande habilidade linguística e sabem utilizar a capacidade de comunicação oral, escrita e gestual como ninguém. Com o objetivo de melhorar a inteligência verbal entre as crianças e os adolescentes, pode exercitar-se a interpretação de texto, a criação de guiões ou utilizar a linguagem de programação visual para gerar boas histórias.

Saiba que para aplicar os conceitos de Gardner sobre as inteligências múltiplas é preciso ter uma relação mais próxima na sala de aula, propor conteúdos práticos e aderir às novas tecnologias, para desenvolver cada competência e proporcionar um futuro promissor aos jovens.

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