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Criar jogos e os seus benefícios para as crianças

A estratégia de criação de jogos no processo de aprendizagem cresceu graças à inserção de tecnologias na vida quotidiana das crianças. Isto estimula as capacidades de programação, que são muito eficazes e devem ser exploradas pela escola.

Só para ter uma ideia, uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos de Tecnologias de Informação e Comunicação (Cetic) mostrou que o Brasil tem 3,4 milhões de jogadores de jogos educativos.

Isto coloca o Brasil como o 4º consumidor deste tipo de tecnologia no mundo. Mas não se trata apenas de brincar; envolver crianças, para que possam criar jogos, também é benéfico.

A seguir, vamos falar de algumas vantagens de apostar neste tipo de atividade e dos impactos que são gerados na vida quotidiana. 

1. Aprender a linguagem de programação na criação de jogos

Steve Jobs, fundador da Apple, disse uma vez que “todos neste país deveriam aprender a programar, porque programar ensina a pensar. Alguns podem imaginar: “mas ele era um empresário no campo da tecnologia, claro que ele teria este pensamento. O facto é que há muito sentido na frase, especialmente se tivermos em conta a evolução tecnológica atual. Ao criar jogos, a criança tem a oportunidade de desenvolver uma aprendizagem muito mais dinâmica, o que amplia a sua visão do mundo. Além disso, face ao futuro, esta criança terá muito melhores oportunidades de trabalho. Afinal, quando ele for adulto, é muito provável que o mundo esteja basicamente a trabalhar de uma forma tecnológica.

2. Desenvolver a resiliência

Resiliência é um termo utilizado para designar a capacidade de uma pessoa de regressar ao seu estado normal, mesmo quando enfrenta adversidades. Tal capacidade é altamente valorizada no mundo moderno porque ajuda no desenvolvimento da inteligência emocional, algo essencial nas nossas características humanas.

Mas qual é a ligação de tudo isto com o ato de criar jogos? A linguagem utilizada no desenvolvimento de um jogo não é algo simples: a pessoa vai cometer erros e terá de voltar ao início algumas vezes até obter um projeto alinhado. Como consequência, é preciso desenvolver a determinação de continuar a praticar a fim de melhorar os seus conhecimentos.

Vale a pena lembrar que a resiliência é também um importante motor de concentração. Mesmo quando surge algum percalço pelo caminho, a criança não se intimida, nem se distrai, continuando com as suas tarefas. Um bom exemplo da aplicação desta capacidade são os períodos de testes escolares ou mesmo competições desportivas.

3. Impulsionar o raciocínio lógico

O raciocínio lógico é a base de algumas das principais disciplinas do currículo escolar, tais como Matemática, Física e Química. Ao ter acesso à criação de jogos, a criança é capaz de desenvolver esse raciocínio, que é essencial para que possa apresentar um desempenho superior nestas disciplinas.

Mas isso não é tudo. Através da linguagem de programação utilizada no processamento de jogos, as crianças aprendem a pensar de forma estruturada, uma vez que as ações requerem códigos específicos para obter um produto final adequado. Como resultado, o lado esquerdo do cérebro apresenta um melhor desempenho.

Vale a pena lembrar que este lado é responsável por ajudar a lembrar sequências de factos, e também pelo desenvolvimento da fala, reconhecimento da imagem e até da capacidade musical – as duas últimas funções estão divididas com o hemisfério direito do nosso corpo.

4. Estimular a criatividade

A neurociência já promoveu estudos nos quais provou que as pessoas criativas podem pensar e agir de forma diferente, e os seus cérebros apresentam um crescimento capaz de construir novas perspetivas mundiais. A mente criativa é mais curiosa e age o tempo todo.

Consequentemente, as pessoas criativas são altamente capazes de visualizar diferentes perspetivas sobre o mundo. Além disso, são mais autênticas e sensíveis, e têm boas capacidades de comunicação.

O que é interessante é que a criatividade não é necessariamente um dom, mas pode ser desenvolvida e ajudar muito uma criança no seu desenvolvimento cognitivo.

Quando são expostos ao ato de criar jogos, acabam por ter de usar a sua imaginação para programar corretamente a solução. Isto tem uma reflexão direta sobre a vida quotidiana, para que desenvolvam competências úteis não só nas escolas, mas também no ambiente social, com amigos e familiares. 

5. Desenvolver o trabalho de equipa

O mundo inteiro está interligado, o que reafirma o facto de dependermos de outros seres humanos durante grande parte das nossas vidas. Embora vivamos numa sociedade que prega constantemente a independência, o ato de nos desenvolvermos ao lado de outra pessoa é ainda mais benéfico.

No processo de criação de jogos, a criança descobre o seu potencial e as suas aptidões. Como resultado, elas tornam-se mais empenhadas nas suas tarefas e enfrentam os desafios impostos de frente.

Mas isso não é tudo. Como o processo envolve outras pessoas, as crianças acabam por progredir e melhorar a sua capacidade de lidar com as diferenças de umas das outras, aceitando os seus erros, ajudando-as nas suas dificuldades e, finalmente, criando uma verdadeira empatia.

6. Desenvolver a expressividade e a autoconfiança

Saber expressar-se bem é algo fundamental tanto na vida pessoal como profissional. É através da expressão que nos relacionamos e comunicamos, aspetos indispensáveis na convivência com outras pessoas, sejam elas do nosso círculo familiar e das nossas amizades ou não.

Muitos pais acreditam que a tecnologia pode tornar a criança mais introvertida e dificultar o seu desenvolvimento. Contudo, quando este recurso é utilizado da forma correta, como é o caso do ato de criar jogos, acontece o oposto.

Se a criança faz um jogo interativo para datas comemorativas, por exemplo, pode agendar um cartão para o Dia da Mãe e do Pai, isto ajuda a expressar sentimentos e ideias.

Além disso, as crianças expostas a este tipo de prática também desenvolvem autoconfiança. Afinal, a programação vai exigir que experimentem e aprendam que, mesmo que cometam um erro, se souberem confiar e persistirem, podem alcançar o resultado desejado.

7. Melhorar o envolvimento nos estudos

A tecnologia já faz parte das nossas vidas e é importante que a sua utilização seja cada vez mais explorada também na educação. Com isto, é possível beneficiar do seu potencial muito rico para melhorar a aprendizagem.

A possibilidade de criar jogos, que serão utilizados por outras pessoas, relacionados com os temas abordados nas aulas, torna os estudos mais dinâmicos e envolventes. Os estudantes podem converter tudo o que aprendem numa realidade alternativa, o que é muito estimulante.

A utilização de jogos ajuda os jovens a desenvolverem pensamentos complexos, sem que isto seja aborrecido. Pelo contrário, o aluno ganha um papel ativo, o que é excelente para melhorar o envolvimento escolar.

Desta forma, a aprendizagem continua a ser desafiante e atrativa. Este recurso permite trazer elementos que fazem parte dos momentos de lazer dos estudantes para o contexto das aulas, o que torna os estudos associados ao prazer.

8. A preparação para o mercado de trabalho

Como dissemos, o domínio de novas tecnologias pode oferecer uma vantagem no mercado de trabalho. Isto é importante porque, para além das competências digitais, que são fundamentais para as profissões do futuro, a criação de jogos ainda ajuda a desenvolver outras competências esperadas de bons profissionais.

Neste sentido, a proatividade, a colaboração e o pensamento criativo, que são estimulados no processo de criação de jogos, também ajudam na construção de uma carreira.

Além disso, as pessoas habituadas a utilizar a tecnologia como forma de criar ferramentas têm mais facilidade para encontrar soluções em várias áreas e para se adaptarem às inovações do mercado, o que oferece uma vantagem importante.

9. Desenvolver a escrita

Já viu que a utilização da criação de jogos, como recurso pedagógico. ajuda a aprender algumas disciplinas, tais como Matemática e Física. Da mesma forma, melhora a

escrita e desenvolve a organização.

Isto porque o processo de criação de jogos requer planeamento e pensamento organizado, para além de ter em conta muitas regras, que são fundamentais na programação, bem como em português.

O resultado é que o jovem desenvolve maior facilidade para repetir o processo na produção de um texto. Isto ajuda a ligar ideias de uma forma coesa e a melhorar a sua capacidade de comunicar por escrito.

10. Dominar o inglês

A aprendizagem do inglês é também muito favorecida pela utilização de jogos na educação. A primeira razão é a familiaridade com as regras que existem em todos os tipos de linguagem.

Além disso, os materiais de estudo e as ferramentas para a criação de jogos são, em grande parte, em inglês. Com a crescente utilização destes recursos tecnológicos em Portugal, muitos conteúdos já são traduzidos para português. No entanto, existe ainda uma variedade de materiais que só estão disponíveis em inglês.

Quando a escola tem um programa de ensino deste tipo, deve também oferecer apoio para a aprendizagem da língua. Ao ter este contacto frequente com expressões em inglês, o domínio acontece de uma forma natural.

A criação de jogos oferece às crianças uma série de vantagens. A prática ajuda não só no desenvolvimento individual, mas também no desenvolvimento interpessoal. Consequentemente, as crianças crescem mais confiantes e tornam-se capazes de se expressar para o mundo, contribuindo ativamente para ele.

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