O que é o ensino STEM e como aplicá-lo na sala de aula?
Os pais e educadores sabem que nem sempre é fácil proporcionar toda a aprendizagem necessária para os jovens. Apesar de ser desafiador, educar crianças e adolescentes torna-se mais fácil quando exploramos recursos tecnológicos e aplicamos abordagens como a educação STEAM, ou STEM.
O STEM (Science, Technology, Engineering and Math ou Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português) é um modelo de ensino com foco em estimular a aprendizagem dos alunos em várias disciplinas ao mesmo tempo (multidisciplinaridade), de modo muito mais abrangente e sem a segmentação comummente observada nas salas de aula.
Quer saber como transformar os jovens de hoje em adultos mais capazes, inseridos na sociedade e com melhores oportunidades de trabalho? Conheça um pouco mais a respeito do STEM e veja como pode revolucionar o futuro da educação, preparando as novas gerações para os desafios do século XXI. Boa leitura!
O que é a educação STEAM?
Quando referimos métodos de ensino, a primeira coisa em que pensamos é uma sala de aula clássica, composta por professores e alunos dispostos da forma tradicional. Além disso, imaginamos um plano curricular com matérias distintas e um programa bastante conservador.
No caso da educação STEAM (ou STEM), como mencionamos, ela envolve as áreas ciências, tecnologia, engenharia, matemática e, em alguns momentos, artes. Por isso, o ensino vai mais além do tradicional. Nesta abordagem, são trabalhadas diversas matérias em simultâneo de formas diferentes, permitindo ao aluno ter contacto com novos e vários conceitos ao mesmo tempo.
Além da multidisciplinaridade, o STEM é uma ótima ferramenta para estimular a autonomia nos estudantes, proporcionar uma maior facilidade na resolução de problemas e facilitar a integração cada vez mais eficiente com o mundo à sua volta.
Por outras palavras, eles aprendem aquilo que será realmente útil para seu dia-a-dia, de maneira muito mais dinâmica e livre do que no modo como a educação é aplicada nos modelos tradicionais.
Quais são as vantagens de aplicar o STEM na sala de aula?
A educação STEAM é mais dinâmica, por isso, favorece a aprendizagem dos alunos que nem sempre conseguem absorver ou fixar o conhecimento com o modelo tradicional de ensino, como acontece na maioria das escolas. Além de possibilitar que outros campos de aprendizagem sejam incentivados, em especial aqueles tidos como “chatos” pelos alunos.
Por isso, a metodologia STEM traz várias vantagens para a educação. A seguir, apresentaremos algumas delas para que compreenda melhor por que razão é interessante aplicá-la na sala de aula.
Aprendizagem e aquisição de conhecimentos interdisciplinares
Um dos principais pontos e, sem dúvida, uma das vantagens mais marcantes da abordagem STEM, é a possibilidade de oferecer uma aprendizagem interdisciplinar, ou seja, com vários campos de saber abordados em simultâneo.
As áreas não são trabalhadas de forma isolada como acontece no modelo de ensino tradicional. São associadas para que os alunos compreendam a sua relação e de que forma esses diferentes campos de saber oferecem soluções para problemas e desafios do quotidiano.
Isto garante a aquisição de conhecimentos de forma construtiva, consciente e reflexiva. Com ela, o aluno recebe feedbacks constantes, tanto dos próprios colegas como dos professores, com a colaboração ativa e constante de todos os envolvidos.
Aplicabilidade da aprendizagem
Para os educadores, é habitual observar os alunos a perguntarem quando utilizarão os conhecimentos adquiridos nas aulas nas suas vidas e no quotidiano. Aplicando a educação STEAM essa dúvida já não existe, porque eles veem na prática como o conteúdo aprendido na aula é relevante para o dia-a-dia.
Portanto, temos a aplicabilidade da aprendizagem, uma vez que os alunos desenvolvem uma solução que será utilizada na prática. Os movimentos Maker e Do It Yourself são expressões que traduzem bem esta linha pedagógica, porque os estudantes são desafiados a resolver problemas reais através da construção de alguma coisa.
Mudanças na relação entre professor e aluno
Durante muito tempo, as relações entre professores e alunos foram preservadas da mesma forma, mantendo uma certa distância que era tida como respeito à autoridade. No entanto, os novos tempos exigem interações diferentes entre as partes, de modo a procurar uma aprendizagem mais eficaz. Na educação STEAM o professor passa a atuar como mentor. Deixa de ser um expositor de conteúdos e passa a auxiliar e a estimular os alunos a pensarem, refletirem, procurarem respostas, resolverem problemas e colaborarem com os colegas. Incentiva a autonomia pela procura de informações e a proposta de ideias, alterando a dinâmica da turma.
Mais preparação para o mercado de trabalho
Cada vez mais o mercado de trabalho procura profissionais com fatores diferenciadores. Por causa disso, hoje em dia não basta ter apenas um bom diploma académico, porque os currículos têm de contar com caraterísticas que os destaquem no meio de tantas pessoas qualificadas.
O caráter interdisciplinar do STEM facilita muito a preparação para o mercado de trabalho, porque na realidade profissional todas as competências se misturam na resolução efetiva dos problemas. Além disso, esta abordagem ajuda no desenvolvimento da comunicação, criatividade, colaboração e pensamento crítico, essenciais em qualquer área de atuação.
Como implementar a educação STEAM na escola?
A implementação da educação STEAM nas escolas não é complicada, ao contrário do que se pode imaginar. Embora pareça ser necessária uma série de equipamentos ultramodernos, nada disso é verdade. Basta um pequeno investimento e muita vontade em oferecer o melhor aos seus alunos.
A seguir, apresentaremos algumas opções de ferramentas e adequações eficazes para que a sua escola passe a trabalhar com essa metodologia de ensino revolucionária.
Mudanças na didática
De modo geral, poucos equipamentos e ferramentas são utilizados de facto nessa abordagem. O STEM está muito mais relacionado com o método de ensino aplicado, por isso, a integração dos profissionais responsáveis é fundamental. Nesses casos, o professor deve atuar como um mentor, que auxilia sem dar logo as respostas, além de preparar aulas desafiantes e criativas.
O educador, neste contexto, tem de apontar os caminhos sem apresentar soluções para as questões levantadas, fazendo com que os estudantes pensem por si e ganhem autonomia. As perguntas, por sua vez, devem ser desafiadoras, complexas e precisas, de forma que o aluno consiga construir as suas próprias conclusões e chegue a elas através de factos e evidências.
Além disso, o docente tem o papel de reforçar e levar o aluno a compreender que o erro faz parte do processo de aprendizagem, fazendo com que ele extraia conhecimentos deles e tenha uma postura firme diante dos desafios. Isto prepara a turma para o mundo real de modo prático e eficaz.
Formação do corpo docente
Como grande parte da educação STEAM depende do corpo docente, é necessário preparar o professor para lidar com este tipo de abordagem. Isto é o mais importante na implementação da metodologia. Este processo é feito através de aulas experimentais e de forma gradual, de modo a habituar todos os envolvidos à nova realidade.
O professor tem de conhecer a metodologia STEAM, a sua dinâmica, os objetivos, o foco principal das aulas, o modo como os temas devem ser abordados, entre outras questões. Este conhecimento teórico oferecerá uma base para colocar em prática da melhor maneira possível.
Apresentar casos de sucesso é interessante para que vejam que este modelo de ensino funciona realmente. Além disso, é importante mostrar como essa nova forma de ensinar o ajuda, permitindo explorar o seu potencial, crescer profissionalmente e manter um relacionamento mais saudável com os alunos.
Ferramentas para a escola
A educação STEAM pode ser aplicada na escola, mesmo sem o uso de ferramentas específicas. Isto porque, conforme explicámos, a aprendizagem dá-se através da proposta de problemas ou desafios para que os alunos encontrem soluções. Assim sendo, podemos manter as aulas no campo das ideias, sem construir um projeto de facto.
No entanto, é melhor que isso seja feito apenas no começo da mudança e em determinados momentos, porque o mais interessante é o facto dos alunos
aprenderem na prática, tendo a possibilidade de ver como tudo funciona. Assim, o ideal seria investir em ferramentas para a escola.
Neste caso, estamos a falar de laboratórios de Química, Física e outras ciências, onde experiências possam ser testadas. A aquisição de jogos também é válida, assim como explorar um pouco mais a sala de informática, utilizando plataformas online ou programas para que os alunos trabalhem de uma forma diferente, deixando um pouco os cadernos de lado.
Inclusão da robótica no currículo A robótica é uma área muito presente no nosso quotidiano, uma vez que está diretamente relacionada com os recursos tecnológicos que utilizamos. Conhecimentos deste campo são úteis para as novas gerações compreenderem a lógica por trás desses recursos.
Além disso, na robótica os alunos são constantemente desafiados a encontrar soluções para diversos problemas. Também são trabalhadas muitas habilidades e competência, tais como:
· Criatividade.
· Imaginação.
· Trabalho em equipa.
· Concentração.
· Organização.
· Raciocínio lógico.
Por isso, esta aprendizagem prepara os estudantes para a realidade da sociedade e do mercado de trabalho. Sem referir que contribui com a literacia digital dos jovens, para que utilizem a tecnologia de uma forma mais segura e proveitosa para a sua formação.
É possível acrescentar a robótica ao currículo escolar através de aulas que podem explorar ferramentas diferentes. Este é o caso de plataformas e programas como Scratch, blocos de montar, o Arduíno e até materiais reciclados.
Também é interessante que a escola faça parcerias com instituições especializadas no ensino tecnológico. Desta forma, terá o suporte de profissionais bem qualificados para implementar estas aulas de forma eficaz e de acordo com a realidade e as necessidades da escola.
Como podemos ver, a educação STEAM é uma abordagem revolucionária que respeita as particularidades dos alunos. Permite que eles desenvolvam diversas competências de forma simultânea, agilizando e otimizando o ensino para torná-lo muito mais completo. É, portanto, uma excelente ferramenta para a formação de jovens de todas as idades!