Saiba o que é educação empreendedora e como aplicá-la na sala de aula
Já há algum tempo, o empreendedorismo é um tema recorrente nos média e nos debates. Transformar ideias em negócios eficientes é bastante desafiador e inspirador. As escolas querem que os alunos se tornem profissionais de destaque e criem empresas de sucesso, mas nem sempre dão prioridade à educação empreendedora.
Então, será que os estudantes estão a ser formados para isso? De que forma esse processo deve ser feito para servir como um verdadeiro estímulo para os jovens? Se quiser saber mais sobre a importância deste tema, continue a ler o artigo!
O que é a educação empreendedora?
O conceito está relacionado com uma ideia inovadora no mercado de ensino, que se propõe a estimular o desenvolvimento de competências que são comuns ao empreendedor. Na verdade, é assumir que empreender é um processo constante de aprendizagem.
Até mesmo as empresas já consolidadas têm sempre de lidar com novos desafios, como reinventar-se para continuar num caminho de sucesso. O problema é que o risco tende a ser visto como uma coisa negativa e que foge do padrão de ensino convencional, no qual os erros são sempre “punidos” com notas baixas.
Os estudantes que são avaliados desta forma não têm espaço para se desenvolver além do que é proposto. Uma educação empreendedora estimula o pensamento crítico, a análise de problemas mais complexos e a procura de soluções inteligentes para eles.
Qual é a importância de trazer este tema para as escolas?
A relevância de abordar este assunto é que esta prática ainda não é muito difundida, principalmente no contexto escolar. Como o objetivo de uma escola é formar cidadãos, não existe nada melhor do que fazer isso de uma forma mais completa, uma vez que o modelo tradicional de ensino foca muito mais no plano curricular básico.
Não que o conhecimento que envolve disciplinas como Matemática, Português, Ciências, Física e outras não seja importante. No entanto, vivemos numa era em que o sucesso profissional nem sempre está relacionado com a capacidade de fazer contas ou redigir bem um texto, isto é, com o domínio de temas fragmentados.
Embora tudo isto seja importante, hoje a formação das pessoas deve ser mais abrangente e multidisciplinar. O jovem pode até não querer abrir o seu próprio negócio no futuro, mas pensar como um empreendedor faz toda a diferença na sua vida profissional. Fazem parte desta forma de pensar as seguintes caraterísticas:
· Ser otimista.
· Estar disposto a correr riscos.
· Saber lidar com os imprevistos.
· Conseguir tirar as suas ideias do papel.
· Procurar oportunidades.
· Resolver problemas.
· Liderar outras pessoas.
· Ser flexível.
· Ter determinação.
Assim, faz todo sentido incentivar que as crianças e os jovens conheçam este universo desde cedo, sobretudo para extrair o que há de melhor dele. Certamente, ficarão mais preparados para o mercado de trabalho e para a vida, independentemente das suas futuras escolhas profissionais.
Quais são as vantagens da educação empreendedora?
Há diversos benefícios envolvidos na decisão de trazer a educação empreendedora para dentro da sala de aula. A principal é contribuir para a formação de pessoas que saibam pensar e agir de forma diferente, sem tantas limitações. Se o ritual das aulas é sempre o mesmo, é difícil exigir muito dos alunos.
Isto tem de ser trabalhado para que eles consigam expandir as suas mentes e capacidades. Outra vantagem notável é a melhoria da comunicação. Como os alunos são incentivados a observar mais as coisas à sua volta, eles passam a compreender melhor como funcionam e como devem posicionar-se diante delas.
Além disso, aprendem na prática a necessidade de saber comunicar com clareza e precisão — porque descobrem que, quando isso não acontece, mesmo uma grande ideia pode estar destinada ao fracasso. A proatividade é mais uma competência que está sempre a ser incentivada. No empreendedorismo, é preciso agir, testar, validar, corrigir, voltar atrás, mudar de ideias, errar e acertar.
Tudo isto exige uma atitude por parte das pessoas, o que o ensino passivo não é capaz de promover. Para completar, a escola deve incentivar a capacidade de superação, que costuma ser um dos maiores exemplos empreendedores. Os negócios dão certo e errado todos os dias, sendo que saber lidar com as frustrações na vida é uma enorme aprendizagem.
Estas e outras vantagens são percebidas quando existe o objetivo de desenvolver o ser humano — e não só de formar um futuro médico ou um engenheiro. Em todas as áreas, é possível aplicar estes conhecimentos, o que facilita uma trajetória de sucesso.
Como implementar a educação empreendedora na sala de aula?
O importante é trazer esta realidade empreendedora para o mundo do aluno, deixando de ser um conceito distante. Quando a escola tem esta preocupação, cria atividades que são capazes de favorecer o desenvolvimento deste tipo de mentalidade.
Por exemplo, nos dias de hoje, dificilmente os estudantes são estimulados a aplicar os conteúdos aprendidos ou a expor as suas próprias ideias. Na maioria, eles comportam-se como meros recetores de informações, sobre as quais precisam de estudar em casa para fazer os testes e obter boas notas.
Então, quando se deparam com um processo seletivo desafiador na altura de encontrar um emprego, muitos não conseguem participar num brainstorming e desenvolver um pitch — que é uma rápida apresentação das soluções pensadas para um problema.
Por que razão isto acontece tão frequentemente? Justamente pelo facto de que este tipo de prática não faz parte do seu dia-a-dia. Eles passam anos a estudar da mesma forma, sem sair da zona de conforto para vivenciar experiências diferentes. Por isso, o ideal é preparar o corpo docente e utilizar os recursos tecnológicos para diversificar as atividades dentro da sala de aula, atraindo a atenção e o interesse dos alunos. A partir disso, é preciso “brincar” com as possibilidades e sugerir missões diferentes. Veja algumas ideias:
· Propor que cada grupo crie um plano de negócios de uma aplicação que eles sentem falta no mercado.
· Incentivar a turma a desenvolver um projeto de jogo através de ferramentas, como, por exemplo, o canvas.
· Incentivar a procura de feedbacks sobre as ideias para identificar e corrigir falhas.
· Fazer com que apresentem as ideias para as empresas parceiras, etc.
Isto não quer dizer que todo este trabalho precise de se aproximar da perfeição. A intenção é utilizar o ambiente académico para ir além do material didático tradicional. Assim, cada um desenvolve o seu potencial de criação, ou seja, os alunos passam a ter mais autonomia no processo de aprendizagem.
Neste sentido, a escola pode escolher entre inserir disciplinas específicas no seu plano ou promover oportunidades em todas as aulas, além de encontros extras. O principal é colocar o aluno numa posição mais ativa e proporcionar uma educação empreendedora, que seja útil para a profissão no futuro.