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Como o currículo flexível pode contribuir para a aprendizagem

Se nunca ouviu falar de currículo flexível, saiba que está fora de uma das grandes tendências do mercado da educação. Este conceito já é realidade em muitas escolas públicas e privadas no mundo, sendo que outras consideram adotá-lo no futuro.

Ao mesmo tempo, também existem alguns entraves para a adoção de um sistema que não faz parte da tradição de ensino. Para compreender melhor como funciona e descobrir os benefícios de apostar nesta ideia, fique a conhecer o conteúdo deste artigo. Boa leitura!

Como funciona o currículo flexível?

O objetivo é dividir a estrutura curricular, deixando algumas matérias como parte comum do curso a todos os alunos, e outras abertas para que eles possam escolher de acordo com as suas preferências.

É um recurso moderno e inovador, cujo objetivo é aumentar a qualificação dos jovens em áreas que eles tenham um maior interesse — especialmente considerando as suas intenções profissionais para o futuro e a formação para tal.

Isto já acontece de certa forma no Ensino Superior, com as disciplinas optativas, e o objetivo é que esta ideia também seja implementada no Ensino Secundário. A partir do Currículo Nacional, disciplinas como matemática e língua portuguesa seriam obrigatórias durante o tempo todo, enquanto as restantes poderiam adotar esta flexibilização.

Quais são as suas aplicações?

De facto, aplicar o currículo flexível é uma tarefa que requer atenção, porque envolve mudanças no sistema todo. A postura das escolas, dos professores e até outros fatores como o Exame Nacional teriam de ser revistos.

Deve haver espaço para o pensamento diferente, o que não combina com uma estrutura rígida. O plano pedagógico tem de apoiar estas transformações e o corpo docente deve estar preparado para participar em todos os processos.

O que pode ser feito é oferecer uma maior variedade de cursos e disciplinas diferenciadas para os alunos, pelo menos até que toda a reforma seja implementada no âmbito nacional.

Esta é uma boa forma de começar a implementar a flexibilidade de escolha do aluno, permitindo que a sua aprendizagem vá para além do que tradicionalmente tem sido imposto há anos. Por exemplo, aprender robótica ou programação faz todo o sentido para quem gosta do mundo da tecnologia. Quando o jovem tem este tipo de estímulo desde cedo, é capaz de desenvolver competências relevantes para o mercado de trabalho ainda na adolescência.

Da mesma forma, podem ser ensinadas outras competências interessantes, como o empreendedorismo e a comunicação — que são fatores diferenciadores para qualquer área que o aluno escolha no futuro.

Onde é que este conceito já é utilizado?

Uma das principais referências deste modelo está no Ensino Superior norte-americano, onde no início do curso o estudante pode optar por várias disciplinas e só tem de decidir a sua formação definitiva a partir do segundo ou terceiro ano.

Este processo funciona até como uma oportunidade da pessoa se descobrir melhor. Muitos alunos entram na universidade com uma convicção do que pretendem fazer e, ao começarem a estudar outras áreas, interessam-se por elas e mudam as suas perceções.

Futuros engenheiros descobrem-se cineastas, possíveis advogadas apaixonam-se pelo teatro e assim em diante. O elemento mais importante é fornecer possibilidades para que cada um trabalhe o seu autoconhecimento e, a partir daí, faça uma escolha mais assertiva (e que vai trazer maior satisfação profissional).

De forma semelhante, a ideia é adotada noutros países, como Canadá, Singapura e França. Na Finlândia, que é conhecida como um dos sistemas educacionais mais evoluídos do mundo, o currículo escolar é decidido em conjunto com pais, professores, administradores e até representantes do corpo discente.

Que tipos de benefícios o currículo flexível apresenta?

Por fim, considerar as vantagens deste processo é essencial para perceber qual é a sua importância, ou seja, que tipo de benefício pode trazer para o ambiente académico. Pensando nisto, apresentamos a seguir alguns dos principais fatores que tornam a flexibilidade vantajosa.

Maior autonomia

Ao garantir um plano curricular mais livre, os alunos adquirem independência para fazerem as suas escolhas de acordo com o que eles acham interessante. Isto não quer dizer que jovens que têm propensão para seguir uma carreira de ciências exatas vão deixar completamente de estudar matérias importantes da área de ciências humanas.

No entanto, eles poderão dedicar o seu tempo a aprender temas que fazem parte do universo de maior curiosidade para eles. Em vez de serem obrigados a estudarem história da arte, por exemplo, podem aprender sobre a Internet das coisas ou qualquer outro tema que faça mais sentido.

Aprofundamento do trabalho experimental

Um problema recorrente nos modelos rígidos de ensino é dificultar que o estudante tenha acesso à sua área de interesse antes de escolher a profissão. Não é por acaso que muitos universitários vivem insatisfeitos e mudam de curso, porque ainda não encontraram a área certa. Ao permitir uma maior flexibilidade, a escola diversifica as oportunidades de aprendizagem e inicia-se um trabalho experimental. O jovem pode abrir a sua mente para diversas possibilidades e começar a testar com quais delas se identifica (e em quais não se reconhece de maneira nenhuma).

Assim, naturalmente, alguns encontram o teatro, enquanto outros preferem o desenvolvimento de aplicações e jogos. Este contacto prévio com as áreas ajuda muito no processo de decisão da carreira.

Amadurecimento dos alunos no ambiente académico

Outra consequência do currículo flexível é permitir que a construção desse autoconhecimento torne os alunos mais maduros. De facto, é complexo sair do Ensino Secundário e ter que escolher a profissão certa logo de seguida.

O facto de ter contacto com várias áreas antes contribui muito para que eles amadureçam as suas ideias, preferências e ainda aprendam a tomar decisões. Para completar, quando o jovem estuda aquilo que lhe interessa, a sua dedicação no ambiente académico tende a ser muito maior.

O desinteresse e até o abandono escolar diminuem, porque eles têm a oportunidade de aprofundar o que realmente gostam. Consequentemente, ficam mais motivados, envolvidos e preparam-se para o futuro com maior qualidade.

É claro que, para que isso funcione, o processo de implementação tem de ser feito com muita atenção. Contar com bons parceiros (especialmente quando há algum tipo de terceirização do ensino), fazer uma boa escolha dos temas optativos, preparar bem os professores e a infraestrutura da instituição são pontos fundamentais para o sucesso.

É exatamente nisto que a Happy Code acredita para promover a ideia do currículo flexível e contribuir com uma aprendizagem mais inovadora para os alunos.