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O perigo dos jogos online e como agir

O perigo dos jogos online e como agir

Embora muito comentada pelos media e por toda a sociedade, o  “jogo” Baleia Azul ou Blue Whale Game não foi a primeira interacção perigosa e viral na Internet que tinha como envolvidos, predominantemente, menores de idade que, por sua própria natureza, são incapazes de valorizar adequadamente as consequências das suas acções.

Quem acompanha este tema e está por dentro do que acontece nos bastidores da “ala jovem”, sabe que existem inúmeros outros desafios, jogos ou brincadeiras que, literalmente, desafiam a vida, por exemplo: o “desafio do desodorizante”, que consiste (um deles) em accionar um aerosol posicionado directamente na pele do participante, que deve suportar o máximo possível de dor, resultando numa grave queimadura da área afectada, o desafio da canela, que consistente na ingestão de canela em pó pelo participante, podendo provocar inflamações/lesões pulmonares permanentes, pneumonias ou crises de asma, o desafio do gelo e sal que, assim como o do praticado com o desodorizante, podem gerar queimaduras de até terceiro grau, entre tantos outros, não menos perigosos.

É uma realidade, este assunto deve ser acompanhado de perto por pais, educadores, pediatras, psicólogos, advogados e autoridades competentes, na medida em que apenas uma actuação conjunta e efectiva será capaz de sensibilizar os jovens sobre os riscos destes comportamentos, assim como da adesão a estes jogos perigosos. Porém, sem pânico, sem alarido, com calma e responsabilidade.

Precisamos, sem dúvida, de nos socorrer de todas as medidas judiciais possíveis para responsabilização daqueles que incentivam tais práticas, uma vez que tais comportamentos podem implicar, na tipificação de não somente ilícitos civis e constitucionais, mas também de crimes.

Destaca-se que, em situações como estas, não existe uma vítima, ou o perfil de uma única vítima, mas sim de toda uma colectividade. Pais e mães estão aflitos e mesmo a comunidade escolar fica sem saber por onde começar e como pautar a sua rotina num assunto tão sensível.

O diálogo e a participação de pais e/ou responsáveis na vida digital das crianças e adolescentes constituem importantes aliados na mitigação de riscos, sejam eles on ou off-line. No entanto, é importante ressaltar que não é só à família que compete o dever de assegurar a criança e ao adolescente a observância dos seus direitos fundamentais. Este dever constitucional (previsto na lei) estende-se também a toda sociedade. Ainda que pelo princípio da solidariedade, a sociedade pode e DEVE contribuir SIM:

  1. observando comportamentos de jovens que fogem à regra e sinalizando oportunamente aos respectivos pais e/ou responsáveis, e
  2. não colocando gostos/likes ou partilhando conteúdo da Internet que não seja conciliador, mas pelo contrário, gostando e partilhando conteúdos relevantes, assim como denunciando (Ministério Público, org e/ou denúncia anónima e/ou queixa anónima ou mesmo a APAV/cibercrime) comportamentos que contrariam os limites da razoabilidade e colocam a saúde e a vida das nossas crianças e adolescentes em situação de risco. Quando partilha um post, um comentário, um vídeo ou áudio alarmante, ACREDITE, não ajuda, pelo contrário. Pode incentivar a curiosidade dos jovens e ao invés de ajudar os pais, ainda os vai deixar mais desesperados. Não faz qualquer sentido disseminar nas redes sociais o passo a passo adoptado por este, ou qualquer outro jogo ou desafio ou brincadeira do tipo. Entende a falta de coerência?

Mas, e quanto à disseminação destes vídeos? Como conter? Como remover da Internet? Bem, para conter, basta que cada um faça a sua parte, não gostando, comentando e muito menos partilhando vídeos desta natureza. Para apagar, o primeiro passo é solicitar a exclusão/remoção do vídeo (denunciando no canal apropriado da respectiva plataforma). Para tal, o conteúdo deve expressar a sua correta e inequívoca identificação, o que se dá por meio da URL, link que disponibiliza o acesso ao conteúdo que precisa ser removido.

As referidas plataformas disponibilizam canais destinados a esse fim, muito embora, infelizmente, não recebam todos os pedidos de remoção realizados extrajudicialmente, daí a importância de accionar directamente as autoridades competentes, a fim de tornar mais rápidos os procedimentos desta natureza.

Mas afinal, o que fazer diante da suspeita se ter um(a) filho(a) a participar no Blue Whale Game? A recomendação é que se estabeleça imediatamente um diálogo, franco e directo, sem rodeios. Está a participar? Não deve e não precisa ceder a nenhum tipo de chantagem ou ameaça, não vai acontecer consigo ou com quem quer que seja. Faça-o(a) sentir que está com ele(a) e que vão sair juntos desse”buraco”. Dirijam-se, com o telemóvel que usam para se comunicare com o jogo, à uma esquadra de crimes cibernéticos ou vá directamente ao Ministério Público para que o mentor/curador do jogo seja localizado e o grupo desfeito. Outro ponto que merece total atenção é: ele(a) está mesmo desmotivado(a) com a vida? O jogo, por si só, não incentiva o desejo de suicídio em quem quer viver, apesar de representar um gatilho. Ou seja, independentemente do jogo, é preciso apurar e ajudá-lo(a) com um encaminhamento feito para um especialista – psicólogo, psiquiatra, pediatra), se sentir que está a pensar em tirar a própria vida. Faz sentido?? Por fim, há que considerar a possibilidade dele(a) estar “a brincar” (fingir) que é um jogador, o que também não dispensa uma boa conversa, seja porque está a querer chamar a atenção ou porque está a brincar com coisas sérias.

A Internet Segura oferece um serviço gratuito de apoio telefónico ou online, de forma anónima e confidencial, a crianças, jovens, pais e professores, que irá assegurar o apoio anónimo e confidencial, ao uso das tecnologias online cobrindo todos os assuntos relativos à utilização das mesmas, incluindo problemas relacionais no seio das famílias ou entre pares, bullying, assim como exploração imprópria e indigna das crianças e jovens. Há um número de telefone: Linha Internet Segura 800 21 90 90 e um mail: linhainternetsegura@apav.pt

Quer ajudar? Então assista e partilhe este vídeo:

 

Sobre a Happy Code

A Happy Code é uma escola de programação, tendo como missão formar pensadores e criadores do século XXI. Com uma metodologia de ensino baseada no conceito STEAM (“Science, Technology, Engineering, Arts and Math”), os cursos lecionados incidem sobre a programação de computadores, desenvolvimento de jogos e aplicações, robótica com drones, bem como produção e edição de vídeos para o YouTube.

Tendo como premissa de atuação os valores da responsabilidade, da confiança, da inovação e da consciência social, a Happy Code leciona os seus cursos em centros próprios ou em escolas, empresas, municípios, projetos sociais, centros de estudo, ATLs, entre outros, estando já presente em várias zonas de Portugal.